Autor: Graciliano Ramos
O galo está duro.
Mas tenho o que comer.
Sem nenhum perigo,
Me caso contigo,
Meu bem, mesmo sem poder.
E Deus dá o jeito
Pra gente viver!
Já falei com seu vigário,
Terno precisa não.
Montado na égua manca
Eu vou de camisa branca
E você com vestido de algodão,
Pois tudo é muito simples
No meio deste sertão.
Sua mãe dá a panela
E a minha dá o feijão.
Quando cair o anoitecer,
Somente para você
Vou tocar meu violão.
E a felicidade vai morar
Dentro do seu coração.
Bolo só de macaxeira,
Bebida tem alcatrão.
Ainda tem água no poço,
Já escuto o alvoroço
Das aves de arribação.
Sanfoneiro, puxa o fole,
Arrasta o pé no salão!
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