Autor: Graciliano Ramos
Eu fui menino enjeitado
Eu já nasci malcriado
Não respeitava senhor
Ai! Como eu fui errado
Enganei mas fui enganado
Aqui é mesmo o inferno
Que julga um pecador.
Na arte do namorado
Amei mas fui desamado
No amor eu fui sofredor
Queria ser um doutor
Mas não frequentei a escola
O mundo foi meu professor.
Enfrentei a miséria do mundo
Eu passei fome no fundo
E nesta grande partida
Rumo à escola da vida
Me chamaram vagabundo.
Não tinha teto
Só tinha o chão
Não tinha amor
E nem paixão
Sempre descalço
Na rua sem direção.
Não tinha pai
Você não viu?
Não tinha mãe
Ela sumiu.
Pare! Não insista
Tem criança na pista.
Vá devagar
Que eu tenho pressa pra chegar!
Apelo do autor: Amigo mosqueirense, escolha os melhores candidatos para o Conselho Tutelar de nossa Ilha, no próximo dia 03 de dezembro!
Círio de Mosqueiro
Autor: Graciliano Ramos
Nessa manhã santa
Mosqueiro se encanta
Ninguém está só
O morador dá suspiro
Pois é o grande Círio
De Nossa Senhora do Ó.
Do Chapéu Virado
Este povo é levado
Pela corrente de fé
Segue a procissão
De vela acesa na mão
A multidão vai a pé.
Por onde ela passa
Alguém pede a sua graça
Outros a bênção
Nessa grande andança
O fogueteiro não cansa
De soltar o seu rojão.
Chegada do Círio à Praça da Matriz. (FOTO: Jornal do Mosqueiro- 1987).
Ao chegar na Matriz
Este povo feliz
Que reza a manhã inteira
Pisa naquela serragem
Desenhada a imagem
Da Santa Padroeira.
O padre de pé
Recebe a Imagem com fé
E a conduz ao altar.
Muitos envergonhados
Revelam os seus pecados
Porém voltam a pecar.
A Barraca da Santa
Tinha muito mais graça
Na velha tradição
Pois a banda da Vigia
Tocava todo santo dia
Para a grande multidão.
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