Autor: Graciliano Ramos
A mente do garimpeiro
Só pensa em riqueza
Destrói a Natureza
Dizendo ser Brasileiro.
Depois vai para a cidade
Pedindo piedade
E viver na maior pobreza.
Saudades do meu sertão
Aqui tudo é tristeza!
Pra cidade vai preocupado
Sem estudo ou profissão
Procura a construção
Mas na obra é renegado.
Não tem carteira assinada
Vagueia pela calçada
É preso de arrastão.
Saudades da minha enxada
Que não me deixava sem feijão!
Pela selva de concreto
A mulher anda o dia inteiro
A filha pede dinheiro
Neste mundo frio e incerto.
De vida triste e mesquinha
O filho vira trombadinha
Cheira cola de sapateiro.
Este é o retrato
Do excluído brasileiro!
Nenhum comentário:
Postar um comentário