Autor: Graciliano Ramos
Noite chuva madrugada
Chegada do pescador
Vendedores na calçada
A verdura espalhada
Malandro vira doutor.
Trabalhar no Ver-o-Peso
É coisa de madrugador.
A bajara no teso
Carregada do interlan
De farol ainda aceso
Chegou ao Ver-o-Peso
Às quatro horas da manhã.
Nas barracas de plantas
Está o cheiro de hortelã.
Tem melão mangaba e manga
Melancia e tucumã
Para o caboclo manhoso
Tem banho cheiroso
Às seis horas da manhã.
Drogados, doutores e soldados
Malandro puta e galã.
De beleza bendita
E riqueza que há
Emaranhado à vista
Da janela é mais bonita
A baía de Guajará!
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